quinta-feira, 2 de junho de 2011

Agrotóxico provoca anomalia em criança Por Fernando Pires/Alagoas 24 Horas

Agrotóxico provoca anomalia em criança Por Fernando Pires/Alagoas 24 Horas

Um casal humilde de Aracaju busca atendimento médico de qualidade para o filho, que sofre pela contaminação com agrotóxicos, transmitida geneticamente pelo pai. Matheus, de oito anos, está com problemas na genitália e sofre com problemas nervosos e oculares. Os pais, que se assustaram com a informação de que o problema pode atingir ainda seus netos e bisnetos, buscam no poder público a solução para o drama familiar.

O aposentado Vital Araújo Dória, que também sofre pela contaminação com agrotóxicos, relata o sofrimento do filho, Matheus. "Eu estou morrendo, com vários problemas de saúde. E agora tenho que cuidar do menino o dia inteiro. Se não fosse por mim, ele já tinha morrido. Ele tem problemas nervosos, não consegue dormir, e também não come. Fica sem apetite o dia inteiro. Além disso, a vista dele está atrofiando. É um sofrimento muito grande", comentou Vital.

A servidora pública Maria do Carmo Dória, que corre atrás de toda a documentação para garantir qualidade de vida para o esposo e o filho, relata as dificuldades. "Em 2008 eu dei entrada em um pedido no Ministério Público Federal para conseguir atendimento médico ao meu marido e somente esta semana recebi um ofício. Também já entrei com um processo de insalubridade para Vital, mas até agora não recebemos nada. Também denunciamos o médico perito que o analisou por conta de negligência", declarou.

Vital trabalhou por vários anos como balconista na Companhia Agrícola de Sergipe, até que um dia começou a se sentir mal, quando trabalhava em Itabaiana. Após exames médicos, foi constatado que estava sofrendo de vários males por causa do contato frequente com agrotóxicos, sendo diagnosticados problemas no coração, fígado e próstata. "Quando ele soube, chorou demais, principalmente quando começou a ver o depoimento de outras pessoas que já haviam sido contaminadas", comentou a esposa.

A servidora, que chegou a sofrer cinco abortos por conta da contaminação sofrida pelo esposo, falou também sobre o medo de ver os futuros descendentes sofrerem dos mesmos males. "Ele só começou a sofrer os efeitos depois de muitos anos. Aqui no Brasil, esses produtos entram com facilidade e depois as pessoas começam a morrer sem saber o motivo. O pior é que a gente viu uma pesquisa falando que esses problemas podem chegar até a quarta geração da família, o que significa que os filhos e os netos de Matheus também podem ter o mesmo problema", desabafou Maria do Carmo.

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